Sistema Imunitário
- essência
- 2 de jan. de 2023
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Benefícios da Massagem
O sistema imunológico ou imunitário é um sistema composto por vários mecanismos de defesa, constituído por órgãos, células e moléculas, que, de forma complexa e interligada, asseguram o reconhecimento e distinção do que é próprio do organismo e do que lhe é estranho, e a sua capacidade de resistência e defesa contra agentes agressores.

O Sistema imunitário é a principal barreira à entrada de invasores causadores de infecções, como os vírus, bactérias, fungos e parasitas, designados de agentes patogénicos, ou até mesmo substâncias ou células do próprio organismo que estejam alteradas, como por exemplo as células neoplásicas (proliferação celular anormal, desordenada não controlada pelo organismo = tumor benigno ou maligno).
A resposta imunitária tem início quando há um reconhecimento molecular dos agentes agressores e são activadas um conjunto de reacções bioquímicas intracelurares para que o corpo estranho seja fagocitado (mecanismo que destrói o agente agressor degradando as proteínas que o constituem), finalizando a recuperação do tecido lesionado, restabelecendo o seu bom funcionamento.
A imunidade pode caracterizar-se como sendo inata, natural ou não específica; e adaptativa ou específica.
A imunidade inata actua em conjunto com a imunidade adaptativa e caracteriza-se pela rápida resposta à agressão, independentemente de estímulo prévio, sendo a primeira linha de defesa do organismo. Ambos são assegurados por uma componente celular própria designada de leucócitos ou glóbulos brancos.
A imunidade inata está sempre presente no organismo e reage da mesma forma em qualquer exposição. É representada por barreiras anatómicas, como a pele e as suas funções de defesa, as mucosas e os pêlos das narinas, a barreira química com a acidez do suor, saliva e da lágrima e a actividade celular dos leucócitos, eosinófilos e monócitos. As principais células efectoras da imunidade inata são: macrófagos, neutrófilos, células dendríticas e células Natural Killer, NK,(consideradas como a primeira linha de defesa contra células tumorais ou infectdas por virus).
Quanto à adaptativa está dependente do tipo de agentes que o ser humano contacta e com a resposta que o organismo desencadeia para os combater. O organismo reconhece e destrói as substâncias estranhas mas a sua resposta vai melhorando em cada exposição ao agente patogénico. A imunidade adaptativa é caracterizada por actuar contra agentes patogénicos específicos, tendo a particularidade de gerar células, temporariamente indiferenciadas, funcionando como células memória, células T, capazes de, através de um novo estímulo, desencadear uma resposta imunitária mais rápida, intensa e duradoura. A pele funciona como um órgão imunológico e participa na resposta imunitária, produzindo uma hormona semelhante às células T (células de defesa do sistema imunitário) produzidas no Timo. Este é um sistema complexo e com uma forte relação com o sistema nervoso central.
Vários estudos têm vindo a demonstrar que situações de privação táctil comprometem a resposta imunitária, havendo uma diminuição das células Natural Killer, assim como aumento da frequência cardíaca a das hormonas do stress, alterando padrões de sono.
Em situações em que há diminuição da estimulação táctil, temos como resposta do organismo uma activação do sistema nervoso simpático, que prepara o organismo para o stress, instinto de fuga ou luta, aumentando a produção de adrenalina e cortisol. No entanto, quando são reintroduzidas formas de contacto táctil existe uma reversão da resposta, activando o sistema imunitário e promovendo interacção social. O resultado dos estudos apontam para a existência de uma forte relação entre o toque, a vinculação e a regulação imunológica.
A massagem, através do toque, pode potenciar o sistema imunitário.
Diversos estudos em populações adultas com HIV, cancro da mama e em crianças com leucemia onde foram aplicadas massagens como parte do tratamento, obtiveram o mesmo resultado – um aumento dos níveis de células Natural Killer – em que, associado a esse aumento, ocorreram melhorias nos níveis de outras células que ajudam na defesa do nosso organismo, promovendo um fortalecimento do sistema imunitário. No estudo com adolescentes com HIV aumentaram os níveis de CD4, em crianças com leucemia e mulheres com cancro da mama aumentaram os níveis de linfócitos.
O mecanismo exacto que permite explicar a relação entre a massagem e aumento das defesas do sistema imunitário não é conhecido mas existem algumas hipóteses:
Nos estudos mencionados, associado aos aumentos dos níveis das células Natural Killer houve aumento dos níveis de dopamina e serotonina, melhoria do humor, relaxamento, felicidade e bem-estar e diminuição dos níveis de depressão.
Ao efectuar uma massagem com pressão, vamos estimular o nervo vago e o sistema parassimpático levando à diminuição dos níveis de cortisol e norepinefrina, diminuindo assim o stress e ansiedade. Uma vez que altos níveis de cortisol (hormona do stress) inibem a produção de células Natural killer, ao diminuirmos esses níveis vamos ter como resultado um aumento das células NK e consequentemente um aumento das defesas do sistema imunitário.
Por aumentar a circulação sanguínea, e desencadear um conjunto de processos bioquímicos favoráveis ao organismo, a massagem promove o bom funcionamento dos órgãos em geral, potenciando a resposta imunitária.
Cuide da sua saúde!
Venha experimentar uma das nossas massagens!
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